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Lavrov agradece Brasil por "compreender" situação na Ucrânia

17 de abril de 2023

Em Brasília, chefe da diplomacia russa diz que Brasil e Rússia buscam ordem mundial multipolar. Chanceler brasileiro defende cessar-fogo e critica imposição de sanções a Moscou.

Ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, recebido pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, em Brasília.
Ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, é recebido pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, em BrasíliaFoto: EVARISTO SA/AFP

Em sua primeira visita ao Brasil desde o início da guerra na Ucrânia, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, reuniu-se com seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (17/04), em Brasília.

Durante o encontro, Vieira reiterou a posição brasileira por um cessar-fogo imediato na Ucrânia e de solução pacífica para o conflito.

Já Lavrov agradeceu o governo brasileiro pelo que chamou de "compreensão da gênese da situação na Ucrânia" e disse que "as visões de Brasil e Rússia são únicas em relação aos acontecimentos na Rússia".

Lula está engajado na formação de um grupo de países não envolvidos na guerra que possam dialogar com as partes do conflito em busca de uma solução, e conversou sobre o tema com o presidente da China, Xi Jinping, na semana passada.

A iniciativa de formar um "clube da paz" com a China é vista com desconfiança por países do Ocidente, e declarações recentes de Lula levantaram dúvidas entre diplomatas americanos sobre a sua neutralidade no conflito, segundo jornais brasileiros e americanos.

Nos últimos dias, o petista voltou a dizer que Rússia e Ucrânia são ambas responsáveis pelo conflito e criticou os Estados Unidos e a Europa por "prolongarem" a guerra. Em outras ocasiões, Lula já havia dito que Kiev também teria contribuído para o agravamento das tensões com Moscou.

Após a reunião com Vieira, Lavrov afirmou também que os dois países buscam "uma ordem mundial mais justa, mais correta e baseada no direito. Nisso nós temos uma visão de mundo multipolar, onde estamos levando em consideração vários países, não somente poucos".

O chanceler russo disse que o objetivo do Kremlin é buscar o fim da guerra na Ucrânia "tão logo quanto possível", e que seu governo deseja uma resolução duradoura para o conflito.

Lavrov expressou ainda a intenção de Moscou de reforçar a parceria econômica e comercial com o Brasil.

Cessar-fogo e sanções

Vieira reafirmou a Lavrov a intenção do Brasil de formar um grupo de países para negociar a paz na Ucrânia. Ele confirmou ao seu colega russo a posição brasileira em favor de um cessar-fogo e contra a imposição de sanções a Moscou.

"Reforcei a disposição brasileira para contribuir para a solução pacífica para o conflito, recordando as manifestações do presidente Lula no sentido de buscar facilitar a formação de um grupo de países amigos para mediar as negociações entre Rússia e Ucrânia", disse o chanceler.

"Reiterei nossa posição em favor de um cessar-fogo negociado, com respeito aos direitos humanitários e uma solução negociada com vistas à paz duradoura", afirmou o brasileiro.

Segundo Vieira, as sanções unilaterais "além de não contarem com a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, têm impacto negativo sobre economias em todo mundo, em especial os países em desenvolvimento."

Exportações e investimentos

Os dois ministros discutiram medidas para assegurar o fornecimento de fertilizantes russos, o principal produto importado da Rússia para o país, que, em contrapartida, exporta na maior parte commodities agropecuárias.

Vieira também discutiu com Lavrov um possível aumento das exportações de carne para o mercado russo.

O chanceler brasileiro disse que Lavrov convidou Lula a visitar Moscou em uma data não definida.

rc/bl (ots)

Por que Lula não quer ajudar a Ucrânia com armas?

08:45

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