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Igrejas alemãs devem perder milhões de membros

2 de maio de 2019

Estudo prevê que número de católicos e protestantes cairá pela metade até 2060. Perda de fiéis deve acarretar dificuldades financeiras às duas maiores instituições religiosas do país.

Bancos vazios de igreja e um fiel sentado ao fundo
As duas principais instituições religiosas da Alemanha são financiadas em grande parte por impostos pagos por fiéisFoto: picture-alliance/dpa

O número de fiéis das duas maiores instituições religiosas na Alemanha cairá pela metade até 2060, assim como os recursos financeiros das instituições, aponta um estudo da Universidade de Freiburg. O levantamento foi publicado nesta quinta-feira (02/05) pela Conferência dos Bispos Alemães, que representa as dioceses católicas, e pela Igreja Evangélica na Alemanha (EKD), organização mais importante do protestantismo no país.

De acordo com os cálculos, o número de membros diminuirá de 44,8 milhões em 2017 para 34,8 milhões em 2035 (menos 22%) e para 22,7 milhões até 2060 (menos 49%). A Igreja Católica perderá um pouco menos membros (menos 48%) do que a EKD (menos 51%), que reúne 20 igrejas Luteranas, Reformadas e Protestantes Unidas. 

"As igrejas querem usar as conclusões do estudo para se adaptarem às mudanças a longo prazo", enfatizam o presidente do conselho da EKD, o bispo Heinrich Bedford-Strohm, e o presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, cardeal Reinhard Marx.

"Não entramos em pânico com essa projeção, mas adaptaremos nosso trabalho em conformidade com ela", acrescenta Marx. Bedford-Strohm ressalta que as pessoas precisam "sentir com mais vigor o poder que emana da mensagem de Jesus Cristo". O objetivo das mudanças, segundo ele, é "que nós, como Igreja, passemos a ser tão convidativos que as pessoas queiram se juntar a nós".

O arcebispo de Freiburg, Stephan Burger, apela para que as entidades não optem pela resignação mas mostrem que "a Igreja é e continuará sendo relevante para as questões da vida da população".

"As igrejas cristãs continuarão sendo as maiores organizações não governamentais da Alemanha", destaca Bedford-Strohm. "E tenho certeza de que a Igreja, justamente em tempos em que uma orientação se torna mais importante do que nunca, continuará sendo ouvida."

O diretor da pesquisa, o economista Bernd Raffelhüschen, frisa que menos da metade do declínio no número de membros se explica por mudanças demográficas. Segundo ele, fatores que devem mais contribuir para a queda no número de fiéis são a queda no número de batismos e a saída dos membros das igrejas.

A EKD e a Igreja Católica são em grande parte sustentadas por impostos. Os contribuintes têm um percentual de sua renda descontados em prol de uma das duas instituições, de acordo com sua confissão, a menos que se declarem "sem religião" ou que se desvinculem formalmente, declarando não serem mais fiéis de nenhuma das duas igrejas. O imposto religioso é regulamentado por lei, recolhido pelo Estado e encaminhado às autoridades religiosas. Os alemães pagam de 8% a 9% do valor do imposto de renda, dependendo da região em que vivem.

MD/kna/dpa

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