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PolíticaArgentina

Argentina adere a megaprojeto de infraestrutura da China

7 de fevereiro de 2022

Encontro entre presidentes Xi Jinping e Alberto Fernández sela adesão do país sul-americano à Nova Rota da Seda, com investimentos previstos em energia e transportes.

Alberto Fernández na China
Alberto Fernández (c) foi à China em busca de investimentos na ArgentinaFoto: Xu Bingjie/Xinhua /picture alliance

China e Argentina firmaram neste domingo (06/02) um protocolo de acordo para a entrada do país sul-americano na chamada Nova Rota da Seda, o ambicioso projeto de infraestrutura do presidente Xi Jinping.

O acerto, formalmente chamado memorando de entendimento, ocorreu durante reunião entre Xi e o presidente Alberto Fernández, em Pequim, neste domingo.

A adesão havia sido sinalizada já no fim de 2021 pelo embaixador argentino na China, Sabino Vaca Narvaja, que também indicou que a Argentina planejava abrir uma nova unidade diplomática na cidade de Chengdu, o que foi confirmado neste domingo.

A imprensa argentina destacou a disponibilização de mais de 23,7 milhões de dólares para financiar obras e investimentos no setor energético, na rede de água e esgotos, nos transportes e na construção de casas.

O comunicado conjunto dos governos em Pequim e Buenos Aires também afirma que foram identificadas áreas prioritárias para incrementar as exportações argentinas.

Concretamente, China e Argentina firmaram um plano de ação para a cooperação agrícola no período 2022-2027 e destacaram a "cooperação estratégica no âmbito dos usos pacíficos da energia nuclear". Os países recentemente firmaram um contrato para a construção da quarta central nuclear do país sul-americano, Atucha 3.

Mais mercados para a China

A Nova Rota da Seda, oficialmente One Belt, One Road, é um megaprojeto chinês de infraestrutura que prevê a construção de estradas, portos, aeroportos e outras obras em países estrangeiros. Essas infraestruturas permitem à China entrar em novos mercados e abrir vias de expansão para suas empresas.

Já há acordos com mais de 150 países. Além da Argentina, entre eles estão, na América Latina e Caribe, Panamá, Costa Rica, El Salvador, Trinidad e Tobago, Dominica, Granada, Antígua e Barbuda, República Dominicana, Barbados, Jamaica, Cuba, Suriname, Bolívia, Guiana, Venezuela, Uruguai, Chile, Equador e Peru, que aderiram nessa ordem.

A China também manifestou apoio à exigência de soberania da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, o que levou a uma imediata reação do governo britânico, que pediu à China que respeite a soberania das "Falklands".

Já a Argentina manifestou sua adesão ao princípio "Uma única China", defendido por Pequim e que implica que a ilha de Taiwan não é um país independente, mas apenas uma província rebelde.

Dependência dos EUA

Antes de ir a Pequim, Fernández se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na quinta-feira passada. Em Moscou, disse que a Argentina quer se livrar da dependência dos Estados Unidos e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Diante de Putin, o presidente argentino disse haver uma excessiva dependência da economia argentina em relação aos Estados Unidos e mostrou disposição de mudar isso em favor de relações com outros países "muito importantes", como a Rússia.

Assim, Fernández propôs que a Rússia encare a Argentina como porta de entrada para a América Latina e acrescentou ser "profundamente grato" à Rússia por fornecer vacinas contra a covid-19 "num momento em que elas estavam em falta".

as/lf (Efe, AFP)

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